Charlie Gard: A palavra do Vaticano

Nesta terça feira, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem rejeitou um pedido dos pais do bebê Charlie Gard para que ele pudesse ser levado aos Estados Unidos para um novo procedimento médico, em busca da cura de sua doença rara.


Charlie nasceu com uma doença chamada depleção mitocondrial, que causa fraqueza muscular e danos cerebrais. Essa doença está lhe fazendo manter-se vivo por ajuda de aparelhos, em um sistema de apoio à vida. Após travarem uma batalha na justiça para que seu filho continuasse o tratamento, a Suprema Corte decidiu que o melhor seria desligar os aparelhos para que ele tenha uma morte digna. 

Após apelo dos pais ao Vaticano, a Pontifícia Academia para a Vida se pronunciou nesta quarta-feira. Confira abaixo a declaração completa:

"O caso do bebê, Charlie Gard e seus pais, significou tanto dor como esperança para todos nós. Nos sentimos perto dele, a sua mãe, seu pai e todos aqueles que o cuidaram e lutaram juntos com ele até agora. Para eles, e para aqueles que são chamados a decidir o seu futuro, elevamos ao Senhor da Vida nossas orações, sabendo que "no Senhor, nosso trabalho não será em vão" (ICor 15,58)

A Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales, emitiu hoje uma declaração que reconhece acima de tudo a complexidade da situação, a dor dos pais e os esforços de tantos para determinar o que é melhor para Charlie. A declaração dos Bispos também reafirma que 'nunca devemos agir com a intenção deliberada de acabar com uma vida humana, incluindo a remoção de nutrição e hidratação, para que a morte seja alcançada', mas que 'nós, às vezes, devemos reconhecer as limitações do que pode ser feito, enquanto atuam sempre humanamente ao serviço da pessoa doente até o momento de sua morte natural'.

A questão adequada a ser levantada neste e em qualquer outro caso infelizmente é semelhante a esta: quais são os melhores interesses do paciente? Devemos fazer o que promove a saúde do paciente, mas devemos aceitar os limites da medicina e, como indicado no parágrafo 65 da Encíclica Evangelium Vitae, 'evite procedimentos médicos agressivos que sejam desproporcionais em relação aos resultados esperados ou excessivamente onerosos para o paciente ou família. Do mesmo modo, os desejos dos pais devem ser ouvidos e respeitados, mas também devem ser ajudados a entender a dificuldade única de sua situação e não devem ser responsabilizados apenas por suas decisões. Se a relação entre o médico e o paciente - ou os pais, no caso do Charlie - é interferida, tudo se torna mais difícil e a ação legal se torna um último recurso.

Caro Charlie, queridos pais Chris Gard e Connie Yates, estamos rezando por você e com você.

+Vincenzo Paglia - Presidente

Cidade do Vaticano, 28 de junho de 2017" [1]

Que Deus possa cuidar e dar conforto a toda família!

[1] http://www.academiavita.org/_articles/2019945661-comunication_case_charlie_gard.php

12 comentários:

  1. Poderia ter sido muito mais enfático do que isso... Um menino será morto por causa de uma sentença tresloucada, sendo ele e seus pais vítimas desse crime perpetrado por pessoas que supostamente deveriam ser "justiça viva" para as outras, como tão bem definiu Santo Tomás.

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  2. Porque a Igreja não declara apenas se a criança morrer devido ao desligamento dos aparelhos isso resultara na morte da criança (eutanásia) e excomunhão de todos os envolvidos.
    Simples.
    Que porcaria de cartinha mais ridicula esta.
    Fala sério.
    Quem escreveu deveria ser um pouco mais enérgico e não tão afável assim.

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  3. Seria melhor não ter dado declaração alguma. Essa abominação deveria ser severamente contestada pela Igreja.

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  4. A morte é parte da vida!
    Alguns de nós morremos e morreremos depois de ter vivido 50, 60 ou 100 anos, outros alguns meses.
    Deus é quem sabe.
    Desligar os aparelhos, não significa, necessariamente matar. Pode significar permitir que morra.
    Será que insistir num tratamento que só prolonga o sofrimento é moral?
    Achei sábio e prudente o pronunciamento da Igreja.
    Não fomos criados para povoar a terra, mas para povoar o céu!
    Estamos aqui de passagem!
    Deixemos que esse nosso irmãozinho nos preceda na ida para o Pai!

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    1. Sergio Cezaretto,

      Você já pensou em simplesmente deixar de comer? Afinal, pra que dar trabalho para agricultores, motoristas,maltratar animais?

      Deixe de comer. Isto não é suicídio, mas sim permissão para que a natureza faça o que ela faria de qualquer maneira com você em 10 ou 50 anos.

      Vamos lá! Nos preceda na casa do Pai!

      Ninguém tem o direito de decidir pela morte de um não-apenado. A luta pela vida de um inocente deve verter até as gotas do sangue de outrem se for necessário.

      'Deixemos' o caramba! O garoto não pediu para morrer. Seus pais também não. E se você vê com apatia a morte forçada de quem não quer, se mate você mesmo.

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    2. Aí quando eu acho que já li besteira suficiente ao tomar conhecimento da decisão da corte inglesa e do tal tribunal europeu, deparo-me com os comentários deste senhor Sergio Cezaretto, onde se diz:

      " Desligar os aparelhos, não significa, necessariamente matar. Pode significar permitir que morra."

      O modo (muito peculiar) do sr. Cezaretto raciocinar me faz lembrar daquela piada, onde o réu, para defender-se de uma acusação de homicídio por ter atirado um homem do alto de um prédio de 20 andares, alega em juízo: "meritíssimo, sou inocente, pois a suposta vítima morreu após chocar-se com o chão. Portanto, foi a queda que a matou. Eu apenas empurrei-a".

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  5. A morte é parte da vida!
    Alguns de nós morremos e morreremos depois de ter vivido 50, 60 ou 100 anos, outros alguns meses.
    Deus é quem sabe.
    Desligar os aparelhos, não significa, necessariamente matar. Pode significar permitir que morra.
    Será que insistir num tratamento que só prolonga o sofrimento é moral?
    Achei sábio e prudente o pronunciamento da Igreja.
    Não fomos criados para povoar a terra, mas para povoar o céu!
    Estamos aqui de passagem!
    Deixemos que esse nosso irmãozinho nos preceda na ida para o Pai!

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  6. Isso é vergonhoso!! Na hora em que precisamos ver a firmeza da Igreja ela da uma declaração fraca e vergonhosa dessas?

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  7. Esses sujeitos (do Supremo Tribunal) não passam de um bando de infaticidas fazendo esse pedido

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  8. Lamentável como católico, verificar que a nota do Vaticano não faz a defesa da Vida. É apenas uma declaração indefinida e relativista que não atende o direito fundamental do SER que é VIVER.

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